Talvez correndo o risco de me repetir, conheci uma pessoa que me disse um dia que viver não custa, o que custa é saber viver.
Ora bem, tudo isso é muito bonito. Portanto, das duas uma, ou eu não sei viver,
ou o meu camarada estava errado.
Em tempos de crise toda a gente pensa na falta que o dinheiro faz e eu não sou excepção.
O famigerado fantasma do FMI pára no ar, e toda a gente anda assustada. Ora deixem que vos diga amigos... viver não custa. Custa é saber viver.
Agora o que eu gostava de ver era esta corja toda que anda no nosso governo a viver com duzentos euros por mês, que é o que mais de metade dos reformados vive.
Ou mesmo com os quatrocentos e picos euros que formam o salário mínimo nacional.
Mas realmente, viver não custa. Custa é saber viver... para os pobres porque os ricos sabem viver.
Até eu sabia viver se ganhasse o que eles ganham. Se eles fossem mas é todos trabalhar para as obras, para verem o que é trabalhar é que faziam bem.
Já agora, quero deixar uma mensagem de saudade aos meus filhos, que muito amo.
Fiz muitas escolhas erradas, e provavelmente não vos vou ver crescer, o que me dói mais que uma facada no coração, mas, um dia mais tarde, quando aprenderem a ler, e, se por acaso, derem com este simples texto, fiquem a saber. O vosso pai ama-vos, e vai-vos amar sempre. João, Afonso, e Francisco, vocês serão sempre as últimas pessoas que eu vejo antes de dormir, e as primeiras quando acordo.
Só que.. o pai não soube viver, portanto agora custa viver. E vai sempre custar estar longe, mas tem que ser assim.
Pelo menos por agora.